1. Dados Gerais e História
O termo Eugenia indica uma tentativa de melhoria da sociedade através da genética, sendo essas tentativas realizadas no período que abrange o Século XIX até o Século XX. Em 1859, Charles Darwin publicou seu livro “A Origem das Espécies”, que mostrava a Teoria da Seleção Natural. Na Inglaterra vitoriana, os burgueses adaptaram as teorias Darwinistas para o campo social, criando o “Darwinismo Social”, que, naquele período histórico, dizia que a classe social denominada Burguesia era a “melhor”. O pesquisador Francis Galton, considerado o pai da Eugenia, utiliza as teorias de Darwin para desenvolver uma ciência chamada de Eugenia, que acabou por causar, anos depois, um dos mais sangrentos conflitos que já se viu na história: A 2ª Guerra Mundial (1939 – 1945).
Na Alemanha, a Eugenia foi uma das justificativas que o general Adolf Hitler utilizou para perseguir pessoas no território da Alemanha e para a invasão de outros territórios, visto que a Raça Ariana seria superior as demais raças existentes (um claro sentimento de Nacionalismo Alemão, aflorado pela derrota na 1ª Guerra Mundial e pelo Tratado de Versalhes). A Eugenia alemã se mostrou ser extremamente cruel, com o uso de Campos de Concentração para a eliminação de pessoas (ex: Judeus) e com a adoção da Eutanásia.
O Brasil não é um “país santo” quando o assunto é Eugenia. A prática de Eugenia no Brasil é bastante clara durante o Segundo Reinado, quando, devido à falta de mão de obra provocada pelo fim do Tráfico Negreiro em 1850 (Lei Eusébio de Queiroz), o governo brasileiro adotou a política de imigração, na qual trazia pessoas da Europa (principalmente da Itália e da Alemanha, que sofriam com conflitos internos) para trabalhar nas plantações de café. É evidente que o governo trouxe europeus para trabalhar aqui porque queria “branquear” a população brasileira, que tinha mais negros do que brancos. Segundo a visão da época, o homem branco era superior ao negro, que era considerado vagabundo, preguiçoso...
A Eugenia, ao contrário do que se pensa, não está totalmente enterrada na sociedade atual. A China realiza, atualmente, exames em mulheres que desejam engravidar e em mulheres grávidas, para detectar possíveis problemas no feto. O grande problema é que, caso problemas sejam detectados, o aborto/esterilização é realizado, em sua grande parte.
2. Eugenia e sua relação com a Fertilização
Suponhamos que um casal, que deseja ter filhos, resolva fazer a fertilização in Vitro, visto que não consegue ter filhos da forma tradicional. Então, um geneticista induz a liberação de óvulos por parte da mulher, através do uso de determinadas substâncias. Após isso, o geneticista recolhe os gametas masculinos e coleta - os, com o auxilio de ferramentas específicas, ao redor do óvulo da mulher. Após um período de tempo, quando o óvulo já foi fecundado, ele é injetado no útero da mulher, para que ele se desenvolva normalmente como em uma gravidez comum.
O grande problema desse fato é que, em alguns casos, o casal escolhe o sexo do bebê (existem X óvulos, sendo que H resultarão em homens e M em mulheres). Esse fato é ilegal, ou seja, não é autorizado por lei. Se pensarmos que, numa cidade, todos os casais escolham fazer a fertilização em vitro e escolham um embrião que resultará em um ser com sexo feminino, no futuro, os indivíduos com sexo masculino, naquela cidade, terão sido praticamente eliminados. Isso é uma forma de Eugenia.